terça-feira, 21 de junho de 2016

TAREFA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA 25/06/16 – VALE 5,0%



Texto 01

Nós somos águias.

Vamos, finalmente, contar a história narrada por James Aggrey.
O contexto é o seguinte: em meados de 1925, James havia participado de uma reunião de lideranças populares na qual se discutiam os caminhos da libertação do domínio colonial inglês.
As opiniões se dividiam.
Alguns queriam o caminho armado. Outros, o caminho da organização política do povo, caminho que efetivamente triunfou sob a liderança de Kwame N´Krumah. Outros se conformavam com a colonização à qual toda a áfrica estava submetida. E havia também aqueles que se deixavam seduzir pela retórica dos ingleses. Eram favoráveis à presença inglesa como forma de modernização e de inserção no grande mundo tido como civilizado e moderno.
James Aggrey, como fino educador, acompanhava atentamente cada intervenção. Num dado momento, porém, viu que líderes importantes apoiavam a causa inglesa. Faziam letra morta de toda a história passada e renunciavam aos sonhos de libertação. Ergueu então a mão e pediu a palavra. Com grande calma, própria de um sábio, e com certa solenidade, contou a seguinte história:
“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
– Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
– De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei cimo galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
– Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
– Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:
– Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
– Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
– Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
– Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra as suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou… voou… até confundir-se com o azul do firmamento…”
E Aggrey terminou conclamando:
– Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.


(BOFF, Leonardo. A Águia e a Galinha: uma metáfora da condição humana. 22.ed.Petropolis,vozes, 1998. P. 29 – 34)


01) “Era uma vez...”
Esta expressão é comumente utilizada em textos:
a) biográficos
b) ficcionais
c) literários
d) jornalísticos
e) poéticos

02) Sobre o texto, não é correto afirmar que:
a) “Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha...” É uma fala do camponês
b) Para o naturalista, a transformação era aparente e temporária.
c) A verdadeira natureza da águia, para o naturalista, estava no coração.
d) A ideia de o coração ser o local da verdadeira natureza da águia, é um fundamento científico do naturalista.
e) O trecho do antepenúltimo paragrafo que revela a recuperação do sentimento de autoestima da águia é : “...soberana, sobre si mesma.”

03) Marque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa.
(     ) as tentativas do naturalista compõe uma gradação
(    ) o que mais importa no texto é a história da águia, e não as reflexões que essa história pode provocar no leitor.
(     ) Segundo James Aggrey nós não somos galinhas e sim águias.

Agora marque a alternativa que contenha a sequencia correta das respostas:
a) V – F – V
b) V – V – V
c) F – V – F
d) V – F – V
e) nra

04) Em todos os trechos abaixo retirados do texto acima, vemos pelo menos uma conjunção, com exceção de...
a) A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista.
b) Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia.
c) Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
d) É águia. Mas eu a criei cimo galinha.
e) Faziam letra morta de toda a história passada e renunciavam aos sonhos de libertação.

Texto 02










05) As interjeições presentes no primeiro e segundo quadrinhos, podem ser classificadas como :
a) interjeição de Animação
b) interjeição de Aprovação
c) interjeição de Dor
d) interjeição de Espanto
e) interjeição de Impaciência

06) Em “Bem, o John achou todas armadilhas para rato.” Os termos em destaque podem ser classificados como:
a) substantivo – verbo – preposição – adjetivo
b) substantivo – verbo – pronome – substantivo
c) substantivo – verbo – conjunção – adjetivo
d) substantivo – verbo – preposição – substantivo
e) nra

07) Meme é um termo grego que significa imitação. O termo é bastante conhecido e utilizado no "mundo da internet", referindo-se ao fenômeno de "viralização" de uma informação, ou seja, qualquer vídeo, imagem, frase, ideia, música e etc, que se espalhe entre vários usuários rapidamente, alcançando muita popularidade. O meme abaixo, retirado do Facebook, contem interjeição de :


a) espanto
b) chamamento
c) impaciência
d) medo
e) nra