segunda-feira, 12 de agosto de 2024

TAREFA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA 17/08/24 – VALE 5,0%

Primeiramente, quero que leiam as REGRAS DE TAREFA:

(http://cursopreparatorioparacefetmt.blogspot.com/2022/01/regras-de-tarefa-do-curso-para-novos.html) para realizarem-na de forma correta e não deixar que sejam desclassificadas.

 

Texto 01

Nós somos águias.

 

Vamos, finalmente, contar a história narrada por James Aggrey.

O contexto é o seguinte: em meados de 1925, James havia participado de uma reunião de lideranças populares na qual se discutiam os caminhos da libertação do domínio colonial inglês.

As opiniões se dividiam.

Alguns queriam o caminho armado. Outros, o caminho da organização política do povo, caminho que efetivamente triunfou sob a liderança de Kwame N´Krumah. Outros se conformavam com a colonização à qual toda a áfrica estava submetida. E havia também aqueles que se deixavam seduzir pela retórica dos ingleses. Eram favoráveis à presença inglesa como forma de modernização e de inserção no grande mundo tido como civilizado e moderno.

James Aggrey, como fino educador, acompanhava atentamente cada intervenção. Num dado momento, porém, viu que líderes importantes apoiavam a causa inglesa. Faziam letra morta de toda a história passada e renunciavam aos sonhos de libertação. Ergueu então a mão e pediu a palavra. Com grande calma, própria de um sábio, e com certa solenidade, contou a seguinte história:

“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.

Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:

– Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.

– De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei cimo galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.

– Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.

– Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:

– Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!

A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.

O camponês comentou:

– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!

– Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe:

– Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!

Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.

O camponês sorriu e voltou à carga:

– Eu lhe havia dito, ela virou galinha!

– Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.

O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra as suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.

Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou… voou… até confundir-se com o azul do firmamento…”

E Aggrey terminou conclamando:

– Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

 


(BOFF, Leonardo. A Águia e a Galinha: uma metáfora da condição humana. 22.ed.Petropolis,vozes, 1998. P. 29 – 34)

 

01) “Era uma vez...”; Esta expressão é comumente utilizada em textos:

a) biográficos

b) ficcionais

c) literários

d) jornalísticos

e) poéticos

 

02) Sobre o texto, não é correto afirmar que:

a) “Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha...” É uma fala do camponês

b) Para o naturalista, a transformação era aparente e temporária.

c) A verdadeira natureza da águia, para o naturalista, estava no coração.

d) A ideia de o coração ser o local da verdadeira natureza da águia, é um fundamento científico do naturalista.

e) O trecho do antepenúltimo paragrafo que revela a recuperação do sentimento de autoestima da águia é : “...soberana, sobre si mesma.”

 

03) Marque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa.

(          )

As tentativas do naturalista, compõe uma gradação

(          )

O que mais importa no texto é a história da águia, e não as reflexões que essa história pode provocar no leitor.

(          )

Segundo James Aggrey nós não somos galinhas e sim águias.

(          )

O que mais importa no texto é a história da águia, e não as reflexões que essa história possa provocar no leitor

 

Agora marque a alternativa que contenha a sequência correta das respostas:

a) V – F – V – F

b) V – V – V – F

c) F – V – F – F

d) V – F – V – V

e) nra

 

04) Em qual das alternativas abaixo os termos destacados representam Agente da Passiva?

a) Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia.

b) O sol nascente dourava os picos das montanhas.

c) Tremia como se experimentasse nova vida.

d) Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas.

e) Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

 

05) Em todas as alternativas abaixo, vemos, sublinhados, Complementos Nominais, com exceção da...

a) ...esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.

b) O camponês sorriu e voltou à carga.

c) A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista.

d) Olhava distraidamente ao redor.

e) No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.

 

06) Em qual das alternativas abaixo, temos em destaque Predicativo do Obejto?

a) uma reunião de lideranças populares na qual se discutiam os caminhos da libertação do domínio colonial inglês.

b) Outros se conformavam com a colonização à qual toda a áfrica estava submetida.

c) E havia também aqueles que se deixavam seduzir pela retórica dos ingleses.

d) Eram favoráveis à presença inglesa como forma de modernização e de inserção no grande mundo tido como civilizado e moderno.

e) James Aggrey, como fino educador, acompanhava atentamente cada intervenção.