Olá meu queridos, vamos para nossa segunda tarefa
de língua portuguesa?
Bom primeiro, quero que leiam as REGRAS DE TAREFA(http://cursopreparatorioparacefetmt.blogspot.com.br/2016/02/regras-de-tarefa-do-curso-para-novos.html) para
realizarem-na de forma correta e não deixar que sejam desclassificadas.
Boa sorte!
O preconceito nosso de
cada dia
Preconceito,
nunca! Temos apenas opiniões bem definidas sobre as coisas. Preconceito é o
outro quem tem…
Mas, por falar
nisso, já observou o leitor como temos o fácil hábito de generalizar (e prova
disso é a generalização acima) sobre tudo e todos? Falamos sobre “as mulheres”,
a partir de experiências pontuais; conhecemos “os políticos”, após acompanhar a
carreira de dois ou três; sabemos tudo sobre os “militares” porque o síndico do
nosso prédio é um sargento aposentado; discorremos sobre homossexuais (bando de
sem-vergonhas), muçulmanos (gentinha atrasada), sogras (feliz foi Adão, que não
tinha sogra nem caminhão), advogados (todos ladrões), professores (pobres
coitados), palmeirenses (palmeirense é aquele que não tem classe para ser
são-paulino nem coragem para ser corintiano), motoristas de caminhão (grossos),
peões de obra (ignorantes), sócios do Paulistano (metidos a besta), dançarinos
(gays), enfim, sobre tudo. Mas discorremos de maneira especial sobre raças e
nacionalidades e, por extensão, sobre atributos inerentes a pessoas nascidas em
determinados países.
Afinal, todos
sabemos (sabemos?) que os franceses não tomam banho; os mexicanos são preguiçosos;
os suíços, pontuais; os italianos, ruidosos; os judeus, argentários; os árabes,
desonestos; os japoneses, trabalhadores, e por aí afora. Sabemos também que
cariocas são folgados; baianos, festeiros; nordestinos, miseráveis; mineiros,
diplomatas, etc. Sabemos ainda que o negro não tem o mesmo potencial que o
branco, a não ser em algumas atividades bem-definidas como o esporte, a música,
a dança e algumas outras que exigem mais do corpo e menos da inteligência.
Quando nos deparamos com uma exceção admitimos que alguém possa ser limpo,
apesar de francês; trabalhador, apesar de mexicano; discreto, apesar de
italiano; honesto, apesar de árabe; desprendido do dinheiro, apesar de judeu;
preguiçoso, apesar de japonês e também por aí afora. Mas admitimos com relutância
e em caráter totalmente excepcional.
O mecanismo
funciona mais ou menos assim: estabelecemos uma expectativa de comportamento
coletivo (nacional, regional, racial), mesmo sem conhecermos, pessoalmente,
muitos ou mesmo nenhum membro do grupo sobre o qual pontificamos. Sabemos
(sabemos?) que os mexicanos são preguiçosos porque eles aparecem sempre
dormindo embaixo dos seus enormes chapelões enquanto os diligentes americanos
cuidam do gado e matam bandidos nos faroestes. Para comprovar que os italianos são
ruidosos achamos o bastante frequentar uma cantina no Bexiga. Falamos sobre a
inferioridade do negro a partir da observação empírica de sua condição
socioeconômica. E achamos que as praias do Rio de Janeiro cheias durante os
dias da semana são prova do caráter folgado do cidadão carioca. Não nos detemos
em analisar a questão um pouco mais a fundo. Não nos interessa estudar o papel
que a escravidão teve na formação histórica de nossos negros. Pouco atentamos
para a realidade social do povo mexicano e de como ele aparece estereotipado no
cinema hollywoodiano. Nada disso. O importante é reproduzir, de forma acrítica
e boçal, os preconceitos que nos são passados por piadinhas, por tradição
familiar, pela religião, pela necessidade de compensar nossa real inferioridade
individual por uma pretensa superioridade coletiva que assumimos ao carimbar “o
outro” com a marca de qualquer inferioridade.
Temos pesos, medidas e até um
vocabulário diferente para nos referirmos ao “nosso” e ao do “outro”, numa
atitude que, mais do que autocondescendência, não passa de preconceito puro.
Por exemplo, a nossa é religião, a do outro é seita; nós temos fervor
religioso, eles são fanáticos; nós acreditamos em Deus (o nosso sempre em
maiúscula), eles são fundamentalistas; nós temos hábitos, eles vícios; nós
cometemos excessos compreensíveis, eles são um caso perdido; jogamos muito
melhor, o adversário tem é sorte; e, finalmente, não temos preconceito, apenas
opinião formada sobre as coisas.
Ou deveríamos
ser como esses intelectuais que para afirmar qualquer coisa acham necessário
estudar e observar atentamente? Observar, estudar e agir respeitando as
diferenças é o que se espera de cidadãos que acreditam na democracia e, de fato
lutam por um mundo mais justo. De nada adianta praticar nossa indignação moral
diante da televisão, protestando contra limpezas raciais e discriminações pelo
mundo afora, se não ficarmos atentos ao preconceito nosso de cada dia.
Jaime Pinsky –
historiador, doutor e livre docente pela USP – gentilmente autorizou a
reprodução deste texto, que foi originalmente publicado em O Estado de S. Paulo
(20/05/1993) e no livro Brasileiro (a) é assim mesmo – Cidadania e Preconceito,
1993, da Editora Contexto (www.editoracontexto.com.br)
01) Observando o uso repetitivo do termo
“nós”. Que função tem essa repetição no texto?
a) inserir mais um tipo de preconceito à
sua lista
b) se colocar em meio todos
preconceituosos
c) incluir os leitores, mas não ele, no
grupo dos preconceituosos
d) mostrar que o preconceito parte dos
leitores
e) nra
02) Nos três primeiros parágrafos ele
descreve “nossas opiniões’, enumerando uma serie de exemplos populares. Sobre
isso podemos dizer:
a) é tudo invenção do autor
b) realmente os “outros” dizem
essas coisas
c) é uma lista que pertence somente a um
local especifico, por exemplo, São Paulo
d) o trecho “nossas opiniões” mostra que
esta lista é uma invenção de um grupo fechado de pessoas
e) nra
03) No ultimo paragrafo, o que ele
conclui?
a) Estamos equivocados quando pensamos
nos outros
b) Devemos apontar as pessoas pelas suas
características
c) Não devemos apontar as pessoas por
suas qualidades
d) É preciso ter consciência de
nossos preconceitos para supera-los
e) nra
04) Nas palavras abaixo, preencha as lacunas
com 1 (se houver existência de “ss”) ou 2 (se houver ali “c” ou “ç”). Depois
marque a sequencia correta do preenchimento:
su___ssurro
flá___ido
su___e___o
a___umir
fo___a
ca___a___ão
a)
1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 1 – 2
b)
2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 1 - 2 – 1
c)
1 – 1 – 2 – 1 – 1 – 1 – 1 – 2
d)
2 – 2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 1 – 2
e)
1 – 2 – 2 – 1 – 2 – 1 – 1 – 2
05) A alternativa em que nenhuma palavra
tem acento gráfico é:
a)
cadaver-modelo-todo-vezes
b) item-polens-rubrica-erro
c) garoa-armazens-polen-caju
d) governo-juri-juriti-cutis
e) toda-flui-orgão-fossil
b) item-polens-rubrica-erro
c) garoa-armazens-polen-caju
d) governo-juri-juriti-cutis
e) toda-flui-orgão-fossil
06) Assinale a palavra que não se
acentua da mesma forma que as demais:
a) crisantemo
b) especies.
c) precipicio
d) centenarias.
e) misterio.
07) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente escritas:
a) órfão, afável, cândido, caráter,
Cristovão
b) chapéu, rainha, tatu, fossil,
conteúdo
c) raiz, raízes, sai, pipóca, Cuiabá
d) carretéis, funis, índio, pastéis,
atrás
e) buriti, ápto, âmbar, dificil, almoço