Primeiramente, quero que leiam as REGRAS DE TAREFA
(http://cursopreparatorioparacefetmt.blogspot.com/2022/01/regras-de-tarefa-do-curso-para-novos.html) para
realizarem-na de forma correta e não deixar que sejam desclassificadas.
Texto 01
Subsídios para a reforma do mundo
Uma repassada no que são
e no que poderiam ter sido os meios de transporte de nossos dias
Diga-se desde logo que nem de longe se pensa aqui em desvalorizar as
conquistas do século que passou, nem despertar aquela sensação, frequente em
espíritos mais dados ao devaneio, de que bom teria sido viver em outra época –
quem sabe na Grécia dos filósofos, quem sabe na Itália dos artistas do
Renascimento. Contra a tentação dessa versão trapaceira de saudade, porque
alimentada por uma saudade daquilo que não se conheceu na pele, basta um
antídoto: o dentista. Pense-se nos instrumentos com que contava esse
profissional. Pense-se na rude cadeira onde ele pousava os pacientes. Pense-se
no próprio profissional, que podia acumular tais funções com as de barbeiro ou
de aplicador de sangrias. Pense-se, para culminar, no tratamento a frio, sem
anestesia. Pronto. Já basta, para curar de qualquer possível animosidade contra
a abençoada época em que nos coube viver. Passemos então ao automóvel e ao
avião, nosso tema de hoje, para distrair da troca de governo, do dólar e
assuntos correlatos.
Comecemos pelo avião. No início, com Ícaro, não era com isso que sonhava
a humanidade. Não era com transporte coletivo pelos ares. Era com asas. Isso
sim é que seria invenção! Asas que libertassem o indivíduo, cada ser humano, em
sua singularidade, da ditadura do solo. O avião, cápsula onde se enclausuram
alguma dezenas, às vezes centenas de pessoas, condenadas ao desconforto, todas,
e muitas ao medo, é a invenção errada. O par de asas, muito ao contrário de
transmitir sensações desagradáveis ou negativas, representaria alegria e
liberdade. Cada vez mais práticas e sintéticas, ao chegar em casa ou escritório
seu usuário as deixaria em objetos semelhantes aos atualmente existentes para
deixar os guarda-chuvas. Imagine-se como seria diferente cada detalhe da vida
se todos contassem com seu par de asas. Não haveria necessidade de elevador,
nem de escada, nem de ponte. Nem mesmo de regras de trânsito, uma vez que a
movimentação se daria nos infinitos vazios do espaço aéreo. Deixaríamos um
pouco a condição humana para nos aproximar dos anjos, e não é impossível que,
nessa passagem, assimilássemos, dos anjos, alma dotada de mais bondade e
sacudida por menos aflições.
Não deu para inventarem as asas? Poderiam, pelo menos, ter inventado o
avião compacto, de uso individual ou familiar. Frustrado o sonho de Ícaro, foi disso,
de Leonardo da Vinci a Santos Dumont, que se cogitou. Também não deu? Então,
agora já passando ao transporte terrestre, uma vez que, em matéria de
transporte aéreo, tivemos de ficar mesmo com o avião da maneira como hoje se
apresenta, que inventassem um automóvel mais amigo, mais maleável e menos
agressivo. Enumerar os males do automóvel, tal qual hoje entope as ruas e
estradas do planeta, será talvez ocioso, mas vá lá, recapitulemos. Trata-se de
uma geringonça que, nas ruas, ocupa de 10 metros quadrados para mais – e que
transporta, na maioria das vezes, uma só pessoa! Está-se diante de um
descalabro que tumultua a circulação, desfigura as cidades e acaba com os
nervos. O automóvel, não bastasse isso, pôs-se em posição tão central na
economia do planeta que até guerras se travam para que nada perturbe seu
sossego. Agora mesmo, o petróleo, seu alimento, é citado como a razão oculta de
tanta volúpia americana em guerrear contra o Iraque.
Enfim, se nada do exposto convence, o automóvel polui e mata. A humanidade
conviveria melhor com um veículo menor e mais leve, talvez do tamanho de um
carrinho de supermercado. Ou parecido com um carrinho de parque de diversões,
desses movidos a eletricidade e com borracha nas bordas para baterem à vontade
uns nos outros. Se o caso é um veículo que não ocupe tanto espaço, já existe a
motocicleta, dirá o leitor. Não, a motocicleta foi virando um monstro de
aspecto sinistro e movimentos assustadores. É quase um veículo militar, quando
nossa causa é pela paz.
Não deu, também, para inventarem uma alternativa mais humana ao automóvel? Então... Como não se pensou nisso antes? Está claro como o dia: não eram os automóveis, ou motos, ou caminhões, ou seja lá que outra invenção, que tinham de andar. Eram as ruas e estradas. As ruas e estradas seriam como esteiras rolantes, sobre as quais se viajaria sentado, de pé ou, em percursos mais longos, deitado. Haveria faixas de maior ou menor velocidade e cabines, coletivas ou individuais, para quem não quisesse se expor ao ar livre, tudo a custo zero em stress, poluição e acidentes. É mais do que evidente que devia ser assim. Inventaram tudo errado.
Roberto Pompeu Toledo -
www.vejaonline.com.br
01) O texto SUBSÍDIOS PARA A REFORMA DO
MUNDO foi publicado em uma revista. Qual das alternativas abaixo
melhor traduz a finalidade principal deste texto?
a) Promover
comercialmente duas importantes invenções do século XX
b) Expressar
ideias sobre o avião e o automóvel, dois importantes meio de transporte do
mundo moderno, possibilitando ao leitor refletir criticamente sobre seu uso nos
dias atuais.
c) Transmitir
conhecimentos técnicos sobre os meios de transporte nos dias atuais
d) Colocar em
debate o envolvimento de grandes montadores de automóveis com a
sustentabilidade.
e) nra
02) No texto, duas invenções são submetidas a uma
avaliação. Sobre isso, podemos afirmar que:
a) é uma
forma de avaliar o avião e o automóvel no quesito mercado
b) o ensaísta
expõe uma perspectiva pessoal e subjetiva
c) o ensaísta
faz uma análise objetiva com dados científicos
d) é uma
forma de relacionar a natureza e o consumismo
e) nra
03) “Resposta clara, líquida e insofismável” Sobre
frase entres parênteses, é possível afirmar que:
a) o autor
não admite dúvida de que essa invenção é a mais equivocada
b) a
enumeração gradativa de adjetivos empregada para caracterizar o substantivo
“resposta” reforça a ideia de que o automóvel é a invenção menos equivocada do
século XX.
c) a
colocação dos termos reforça a ideia de sustentabilidade
d) o termo
“resposta” não é enfático
e) nra
04) Diante da escolha do automóvel e do avião como
as invenções menos brilhantes e mais equivocadas do século XX, o autor expõe
fatos e elementos do cotidiano que exemplificam estes erros nos inventos. Qual
deles abaixo não concorda com o texto?
a) No avião,
o desconforto e o medo de acidente,
b) No automóvel,
o fato de entupir nas cidades, acabar com os nervos,
c) No
automóvel, muitas vezes só transportar uma pessoa
d) No
automóvel, poluir o ambiente e matar.
e) nra
05) Aproximando a razão da imaginação, o autor não
sugere:
a) a
utilização de asas
b) a utilização
de ruas
c) a
utilização estradas rolantes
d) a
utilização de escadas rolantes
e) nra
06) Em qual das alternativas abaixo o termo
destacado não é advérbio?
a) Caso se
pergunte "Qual a mais equivocada invenção do
século XX?", a resposta clara, líquida e insofismável haverá de ser:
b) "O
automóvel". O avião também estaria no páreo, mas
o automóvel ganha. O(a) leitor(a) se surpreende?
c) Diga-se desde
logo que nem de longe se pensa aqui em desvalorizar as conquistas do século que
passou,...
d) Já
basta, para curar de qualquer possível animosidade contra a abençoada época em
que nos coube viver.
e) Passemos então
ao automóvel e ao avião, nosso tema de hoje, para distrair da troca de governo,
do dólar e assuntos correlatos.
07) Observe os períodos abaixo e os termos
(adverbiais) sublinhados:
I) Não era
com transporte coletivo pelos ares.
I) Isso sim
é que seria invenção!
III) ...às vezes
centenas de pessoas, condenadas ao desconforto,...
IV) O par de asas, muito
ao contrário de transmitir sensações desagradáveis...
V) ... em objetos
semelhantes aos atualmente existentes para deixar os guarda-chuvas.
Os termos sublinhados podem ser classificados em:
a) negação – afirmação
– tempo – intensidade – modo
b) negação – afirmação
– tempo – intensidade – tempo
c) negação – afirmação
– modo – intensidade – tempo
d) negação – intensidade
– modo – intensidade – tempo
e) negação – intensidade
– modo – intensidade – modo