Primeiramente, quero que leiam as REGRAS DE TAREFA:
(http://cursopreparatorioparacefetmt.blogspot.com/2022/01/regras-de-tarefa-do-curso-para-novos.html) para
realizarem-na de forma correta e não deixar que sejam desclassificadas.
Devido
ao andamento de nossas matérias neste último sábado 15/02, a tarefa desta
semana será apenas de Língua Portuguesa, que valerá 10%.
Texto
01
O Sonho de Voar
Fernando Sabino
Uma noite tive um
sonho maravilhoso: sonhei que sabia voar. Bastava movimentar os braços, mãos
abertas ao lado do corpo fazendo círculos no ar, e eu me descolava do chão como
um passarinho, saía voando por cima das casas e pelos campos sem fim.
Durante vários
dias aquele sonho não me saiu da cabeça.
Acabei cismando
que poderia torná-lo realidade. Ia para o fundo do quintal e, longe da vista
dos outros, ficava horas seguidas ensaiando o meu vôo. Mexia com as mãos, sem
parar, como fizera no sonho, e nada. Eu sabia que não era uma questão de força,
mas de conseguir estabelecer, com o movimento harmonioso das mãos, um
misterioso equilíbrio entre o meu peso e o peso do ar. Como se estivesse dentro
d'água e quisesse me manter à tona: qualquer gesto mais forte ou afobado e eu
me afundava.
Pois um dia, depois de muito treino, senti
que começava a ficar mais leve. Ou era só impressão? Tinha passado a fazer
aqueles exercícios de calção de banho, justamente para sentir que, sem a roupa,
meu peso era menor. E naquele instante parecia que eu estava quase flutuando no
ar. Experimentei dar uns passos, bem de mansinho, como se estivesse andando em
cima d'água. E a sensação foi de não estar tocando o chão.
Descalço, já não
sentia na sola dos pés o contato áspero da terra do quintal.
Por vários dias
repeti a experiência. Ao fim, já sabia instintivamente os movimentos que tinha
de fazer com o corpo para começar a flutuar, como alguém que tivesse aprendido
a nadar. Um ligeiro impulso com os braços, bem devagar, levantando os
cotovelos, me fazia deslizar mansamente, como se estivesse usando patins
invisíveis. Apenas não tinha força suficiente para ganhar altura, e toda vez
que eu me impacientava e fazia um movimento mais rápido, sentia meu corpo de
súbito se abater contra o solo.
Com a prática,
acabei conseguindo me erguer um ou dois palmos e sair deslizando pelo quintal
durante algum tempo. Mas era pouco. Assim de pé, não podia dizer que estivesse
voando. Eu percebia que só deitado, braços abertos como as asas de um pássaro,
é que chegaria a voar de verdade. Mas quando experimentava me deitar e
movimentar os braços como fazia de pé, sentia que jamais sairia do chão. Era
como querer nadar no fundo de uma piscina sem água.
Acabei me
convencendo de que, para sair voando, eu teria de já estar no ar.
Como? Subindo na
mangueira e me atirando lá de cima? Eu não era maluco a este ponto: o peso do
meu corpo faria com que eu me esborrachasse cá embaixo no chão. Era preciso que
tivesse como tomar algum impulso...
Foi então que me
veio a solução.
No fundo do
quintal de nossa casa havia um pequeno bambuzal. Uma das brincadeiras que a
gente fazia ali era a de se dependurarem vários meninos num dos bambus, fazendo
com que ele se entortasse até que tocassem o pé no chão. Em dado momento todos,
a um só tempo, largavam o bambu, menos o que estivesse na ponta: este
continuava dependurado e subia como um foguete, agarrando-se com todas as
forças no bambu pura não ser atirado longe. E ficava balançando de um lado para
outro lá em cima, como um pêndulo, até que o movimento parasse de todo e ele
pudesse vir escorregando bambu abaixo.
Mais de uma vez eu
participara daquela brincadeira. Sendo o menorzinho, e portanto, o mais leve,
em geral era o que ficava mais tempo balançando, dependurado na ponta do bambu.
Só que, agora, eu
não ia apenas me dependurar: ia subir com o bambu e aproveitar o impulso para
sair voando.
SABINO,
Fernando. O Menino no Espelho. 27. Ed. Rio de Janeiro, Record,
1982. p. 64-7.
01) Quais as providências tomadas
pelo menino para transformar o seu sonho em realidade, contadas no parágrafo
citado acima?
a) Ficar horas no fundo do quintal,
ensaiando o seu voo. Para tanto procurava
b) Estabelecer um horário onde não puder
ser visto pelas demais pessoas que, em muitas vezes, tiravam sarro de seus
atos;
c) Tentar se esconder ao máximo de sua
família, que não achava normal suas atitudes;
d) Encontrar um meio termo entre a escola
e suas brincadeiras, para que relacionasse a ciência ao lúdico seus sonhos;
e) nra
02) O menino ensaiava seu voo
"longe das vistas dos outros". A que é atribuída essa necessidade de
não ser visto?
a) O menino provavelmente tinha
consciência de que as pessoas achariam estranha a sua atitude;
b) Era na individualidade de seus atos,
que ele raciocinava melhor no passo a passo que iria realizar;
c) Voar para o menino era mais uma questão
intimista do que algo que fosse para outros verem;
d) Ele não queria que, especificamente,
sua mãe, visse tal ato;
e) Não era uma escolha se esconder dos
outros, e sim, para ter espaço para realizar seus sonhos.
03) O narrador afirma que, depois
de muito treino, começou a ficar mais leve. Porém ele não demonstra certeza ao
fazer essa afirmativa. Que trecho do texto confirma isso?
a) “Com a prática, acabei conseguindo me
erguer um ou dois palmos...”
b) “Era como querer nadar no fundo de uma
piscina sem água.”
c) “Subindo na mangueira e me atirando lá
de cima?”
d) “Era preciso que tivesse como tomar
algum impulso...”
e) “Ou era só impressão?”
04) Aponte a alternativa incorreta em
relação ao texto:
a) Depois de ter-se exercitado bastante,
segundo relato da personagem, o resultado máximo pelo qual ela passou, foi ter
conseguido erguer-se um ou dois palmos do solo e deslizar pelo quintal durante
algum tempo mas em pé;
b) No final da experiência, a personagem
convenceu-se que para sair voando já teria de estar no ar;
c) "Era como queria nadar no fundo de
uma piscina sem água". Essa passagem refere-se ao momento em que a
personagem conta que se deitava no chão e movimentava os braços;
d) O texto lido pode ser considerado como
resultante de uma aventura real do menino;
e) nra
05) Todos os termos abaixo foram
retirados do texto 01. Aponte a alternativa onde todos os termos não possuam
semivogais:
a) noite – sonho – maravilhoso – voar.
b) movimentar – braços – mãos –
corpo.
c) círculos – passarinho – fundo – fim.
d) cabeça – horas – voo – campos.
e) quintal – cismando – realidade –
questão.
06) Em qual das alternativas
abaixo, o termo sublinhado apresenta Tritongo?
a) Acabei me convencendo
de que, para sair voando, eu teria de já estar no ar.
b) Subindo na mangueira e
me atirando lá de cima?
c) Era preciso que tivesse como tomar
algum impulso...
d) Foi então que me veio a
solução.
e) No fundo do quintal de
nossa casa havia um pequeno bambuzal.
07) Aponte a alternativa onde haja
APENAS palavras paroxítonas:
a) repeti – experiência – instintivamente
– movimentos.
b) flutuar – alguém – aprendido – ligeiro.
c) impulso – braços – cotovelos –
mansamente.
d) patins – invisíveis – suficiente –
altura.
e) rápido – súbito – solo – prática.
08) Os termos acima foram retirados
o texto. Aponte a alternativa em pelo menos um termo não apresente Dígrafo:
a) nossa - pequeno
b) entortasse - tocassem
c) estivesse - foguete
d) agarrando - parasse
e) pudesse - impulso
09) Em qual alternativa o termo
sublinhado apresenta Hiato?
a) Acabei cismando que poderia torná-lo realidade.
b) Ia para o fundo do quintal e, longe da
vista dos outros,...
c) Mexia com as mãos, sem parar,
como fizera no sonho, e nada.
d) Como se estivesse dentro d'água e quisesse
me manter à tona:...
e) Pois um dia, depois de muito treino,
senti que começava a ficar mais leve.
10) Aponte a alternativa em que o
termo apresenta mais letras do que fonemas:
a) flutuar
b) impulso
c) quintal
d) experiência
e) movimentos