segunda-feira, 30 de junho de 2025

TAREFA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA 05/07/25 – VALE 5,0%

Primeiramente, quero que leiam as REGRAS DE TAREFA:

(http://cursopreparatorioparacefetmt.blogspot.com/2022/01/regras-de-tarefa-do-curso-para-novos.html) para realizarem-na de forma correta e não deixar que sejam desclassificadas.

 

Nós somos águias.

 

Vamos, finalmente, contar a história narrada por James Aggrey.

O contexto é o seguinte: em meados de 1925, James havia participado de uma reunião de lideranças populares na qual se discutiam os caminhos da libertação do domínio colonial inglês.

As opiniões se dividiam.

Alguns queriam o caminho armado. Outros, o caminho da organização política do povo, caminho que efetivamente triunfou sob a liderança de Kwame N´Krumah. Outros se conformavam com a colonização à qual toda a áfrica estava submetida. E havia também aqueles que se deixavam seduzir pela retórica dos ingleses. Eram favoráveis à presença inglesa como forma de modernização e de inserção no grande mundo tido como civilizado e moderno.

James Aggrey, como fino educador, acompanhava atentamente cada intervenção. Num dado momento, porém, viu que líderes importantes apoiavam a causa inglesa. Faziam letra morta de toda a história passada e renunciavam aos sonhos de libertação. Ergueu então a mão e pediu a palavra. Com grande calma, própria de um sábio, e com certa solenidade, contou a seguinte história:

“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.

Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:

– Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.

– De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei cimo galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.

– Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.

– Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:

– Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!

A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.

O camponês comentou:

– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!

– Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe:

– Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!

Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.

O camponês sorriu e voltou à carga:

– Eu lhe havia dito, ela virou galinha!

– Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.

O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra as suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.

Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou… voou… até confundir-se com o azul do firmamento…”

E Aggrey terminou conclamando:

– Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.


 

(BOFF, Leonardo. A Águia e a Galinha: uma metáfora da condição humana. 22.ed.Petropolis,vozes, 1998. P. 29 – 34)

 

01) “Era uma vez...”; Esta expressão é comumente utilizada em textos:

a) biográficos

b) ficcionais

c) literários

d) jornalísticos

e) poéticos

 

02) Sobre o texto, não é correto afirmar que:

a) “Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha...” É uma fala do camponês

b) Para o naturalista, a transformação era aparente e temporária.

c) A verdadeira natureza da águia, para o naturalista, estava no coração.

d) A ideia de o coração ser o local da verdadeira natureza da águia, é um fundamento científico do naturalista.

e) O trecho do antepenúltimo paragrafo que revela a recuperação do sentimento de autoestima da águia é : “...soberana, sobre si mesma.”

 

03) Marque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa.

 


Agora marque a alternativa que contenha a sequência correta das respostas:

a) V – F – V – F

b) V – V – V – F

c) F – V – F – F

d) V – F – V – V

e) nra

 

04) Em qual das alternativas abaixo, o verbo em destaque é Intransitivo?

a) Comia milho e ração própria para galinhas.

b) Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.

c) Mas eu a criei cimo galinha.

d) Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.

e) No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo.

 

05) Em todas as alternativas abaixo, o verbo sublinhado está corretamente classificado entre parênteses, com exceção da alternativa...

a) O sol nascente dourava os picos das montanhas. (VTD)

b) ..., já que você pertence ao céu e não à terra, abra as suas asas e voe! (VTI)

c) Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, ...(VTD)

d) Voou… voou… (VTI)

e) E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. (VTD)