Primeiramente, quero que leiam as REGRAS DE TAREFA:
(http://cursopreparatorioparacefetmt.blogspot.com/2022/01/regras-de-tarefa-do-curso-para-novos.html) para
realizarem-na de forma correta e não deixar que sejam desclassificadas.
Nós somos águias.
Vamos, finalmente,
contar a história narrada por James Aggrey.
O contexto é o
seguinte: em meados de 1925, James havia participado de uma reunião de
lideranças populares na qual se discutiam os caminhos da libertação do domínio
colonial inglês.
As opiniões se
dividiam.
Alguns queriam o
caminho armado. Outros, o caminho da organização política do povo, caminho que
efetivamente triunfou sob a liderança de Kwame N´Krumah. Outros se conformavam
com a colonização à qual toda a áfrica estava submetida. E havia também aqueles
que se deixavam seduzir pela retórica dos ingleses. Eram favoráveis à presença
inglesa como forma de modernização e de inserção no grande mundo tido como
civilizado e moderno.
James Aggrey, como
fino educador, acompanhava atentamente cada intervenção. Num dado momento,
porém, viu que líderes importantes apoiavam a causa inglesa. Faziam letra morta
de toda a história passada e renunciavam aos sonhos de libertação. Ergueu então
a mão e pediu a palavra. Com grande calma, própria de um sábio, e com certa
solenidade, contou a seguinte história:
“Era uma vez um
camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em
sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto
com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia
fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco
anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto
passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
– Esse pássaro aí
não é uma galinha. É uma águia.
– De fato – disse
o camponês. É águia. Mas eu a criei cimo galinha. Ela não é mais uma águia.
Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros
de extensão.
– Não – retrucou o
naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este
coração a fará um dia voar às alturas.
– Não, não –
insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram
fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a
disse:
– Já que de fato
você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas
asas e voe!
A águia pousou
sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as
galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês
comentou:
– Eu lhe disse,
ela virou uma simples galinha!
– Não – tornou a
insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia.
Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o
naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe:
– Águia, já que
você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia
viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu
e voltou à carga:
– Eu lhe havia
dito, ela virou galinha!
– Não – respondeu
firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia.
Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o
camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade,
longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os
picos das montanhas.
O naturalista
ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
– Águia, já que
você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra as suas asas
e voe!
A águia olhou ao
redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o
naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos
pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes
asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se soberana, sobre si
mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto.
Voou… voou… até confundir-se com o azul do firmamento…”
E Aggrey terminou
conclamando:
– Irmãos e irmãs,
meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve
pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que
somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Jamais nos contentemos com
os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.
(BOFF, Leonardo. A
Águia e a Galinha: uma metáfora da condição humana. 22.ed.Petropolis,vozes,
1998. P. 29 – 34)
01) “Era uma vez...”;
Esta expressão é comumente utilizada em textos:
a) biográficos
b) ficcionais
c) literários
d) jornalísticos
e) poéticos
02) Sobre o texto, não é correto
afirmar que:
a) “Ela não é mais uma águia.
Transformou-se em galinha...” É uma fala do camponês
b) Para o naturalista, a transformação era
aparente e temporária.
c) A verdadeira natureza da águia, para o
naturalista, estava no coração.
d) A ideia de o coração ser o local da
verdadeira natureza da águia, é um fundamento científico do naturalista.
e) O trecho do antepenúltimo paragrafo que
revela a recuperação do sentimento de autoestima da águia é : “...soberana,
sobre si mesma.”
03) Marque V se a afirmativa for
verdadeira e F se for falsa.
Agora marque a alternativa que
contenha a sequência correta das respostas:
a) V – F – V – F
b) V – V – V – F
c) F – V – F – F
d) V – F – V – V
e) nra
04) Em qual das alternativas abaixo,
o verbo em destaque é Intransitivo?
a) Comia milho e ração própria para
galinhas.
b) Embora a águia fosse o
rei/rainha de todos os pássaros.
c) Mas eu a criei cimo galinha.
d) Transformou-se em galinha como
as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
e) No dia seguinte, o naturalista e o
camponês levantaram bem cedo.
05) Em todas as alternativas abaixo,
o verbo sublinhado está corretamente classificado entre parênteses, com exceção
da alternativa...
a) O sol nascente dourava os picos
das montanhas. (VTD)
b) ..., já que você pertence ao céu
e não à terra, abra as suas asas e voe! (VTI)
c) Nesse momento, ela abriu suas
potentes asas, ...(VTD)
d) Voou… voou… (VTI)