segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

TAREFA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA 13/02/16 – VALE 5,0%



Olá meu queridos, vamos para nossa segunda tarefa de língua portuguesa?
Bom primeiro, quero que leiam as REGRAS DE TAREFA(http://cursopreparatorioparacefetmt.blogspot.com.br/2016/02/regras-de-tarefa-do-curso-para-novos.html) para realizarem-na de forma correta e não deixar que sejam desclassificadas.
Boa sorte!


O preconceito nosso de cada dia

Preconceito, nunca! Temos apenas opiniões bem definidas sobre as coisas. Preconceito é o outro quem tem…
Mas, por falar nisso, já observou o leitor como temos o fácil hábito de generalizar (e prova disso é a generalização acima) sobre tudo e todos? Falamos sobre “as mulheres”, a partir de experiências pontuais; conhecemos “os políticos”, após acompanhar a carreira de dois ou três; sabemos tudo sobre os “militares” porque o síndico do nosso prédio é um sargento aposentado; discorremos sobre homossexuais (bando de sem-vergonhas), muçulmanos (gentinha atrasada), sogras (feliz foi Adão, que não tinha sogra nem caminhão), advogados (todos ladrões), professores (pobres coitados), palmeirenses (palmeirense é aquele que não tem classe para ser são-paulino nem coragem para ser corintiano), motoristas de caminhão (grossos), peões de obra (ignorantes), sócios do Paulistano (metidos a besta), dançarinos (gays), enfim, sobre tudo. Mas discorremos de maneira especial sobre raças e nacionalidades e, por extensão, sobre atributos inerentes a pessoas nascidas em determinados países.
Afinal, todos sabemos (sabemos?) que os franceses não tomam banho; os mexicanos são preguiçosos; os suíços, pontuais; os italianos, ruidosos; os judeus, argentários; os árabes, desonestos; os japoneses, trabalhadores, e por aí afora. Sabemos também que cariocas são folgados; baianos, festeiros; nordestinos, miseráveis; mineiros, diplomatas, etc. Sabemos ainda que o negro não tem o mesmo potencial que o branco, a não ser em algumas atividades bem-definidas como o esporte, a música, a dança e algumas outras que exigem mais do corpo e menos da inteligência. Quando nos deparamos com uma exceção admitimos que alguém possa ser limpo, apesar de francês; trabalhador, apesar de mexicano; discreto, apesar de italiano; honesto, apesar de árabe; desprendido do dinheiro, apesar de judeu; preguiçoso, apesar de japonês e também por aí afora. Mas admitimos com relutância e em caráter totalmente excepcional.
O mecanismo funciona mais ou menos assim: estabelecemos uma expectativa de comportamento coletivo (nacional, regional, racial), mesmo sem conhecermos, pessoalmente, muitos ou mesmo nenhum membro do grupo sobre o qual pontificamos. Sabemos (sabemos?) que os mexicanos são preguiçosos porque eles aparecem sempre dormindo embaixo dos seus enormes chapelões enquanto os diligentes americanos cuidam do gado e matam bandidos nos faroestes. Para comprovar que os italianos são ruidosos achamos o bastante frequentar uma cantina no Bexiga. Falamos sobre a inferioridade do negro a partir da observação empírica de sua condição socioeconômica. E achamos que as praias do Rio de Janeiro cheias durante os dias da semana são prova do caráter folgado do cidadão carioca. Não nos detemos em analisar a questão um pouco mais a fundo. Não nos interessa estudar o papel que a escravidão teve na formação histórica de nossos negros. Pouco atentamos para a realidade social do povo mexicano e de como ele aparece estereotipado no cinema hollywoodiano. Nada disso. O importante é reproduzir, de forma acrítica e boçal, os preconceitos que nos são passados por piadinhas, por tradição familiar, pela religião, pela necessidade de compensar nossa real inferioridade individual por uma pretensa superioridade coletiva que assumimos ao carimbar “o outro” com a marca de qualquer inferioridade.
Temos pesos, medidas e até um vocabulário diferente para nos referirmos ao “nosso” e ao do “outro”, numa atitude que, mais do que autocondescendência, não passa de preconceito puro. Por exemplo, a nossa é religião, a do outro é seita; nós temos fervor religioso, eles são fanáticos; nós acreditamos em Deus (o nosso sempre em maiúscula), eles são fundamentalistas; nós temos hábitos, eles vícios; nós cometemos excessos compreensíveis, eles são um caso perdido; jogamos muito melhor, o adversário tem é sorte; e, finalmente, não temos preconceito, apenas opinião formada sobre as coisas.
Ou deveríamos ser como esses intelectuais que para afirmar qualquer coisa acham necessário estudar e observar atentamente? Observar, estudar e agir respeitando as diferenças é o que se espera de cidadãos que acreditam na democracia e, de fato lutam por um mundo mais justo. De nada adianta praticar nossa indignação moral diante da televisão, protestando contra limpezas raciais e discriminações pelo mundo afora, se não ficarmos atentos ao preconceito nosso de cada dia.



Jaime Pinsky – historiador, doutor e livre docente pela USP – gentilmente autorizou a reprodução deste texto, que foi originalmente publicado em O Estado de S. Paulo (20/05/1993) e no livro Brasileiro (a) é assim mesmo – Cidadania e Preconceito, 1993, da Editora Contexto (www.editoracontexto.com.br)

01) Observando o uso repetitivo do termo “nós”. Que função tem essa repetição no texto?
a) inserir mais um tipo de preconceito à sua lista
b) se colocar em meio todos preconceituosos
c) incluir os leitores, mas não ele, no grupo dos preconceituosos
d) mostrar que o preconceito parte dos leitores
e) nra

02) Nos três primeiros parágrafos ele descreve “nossas opiniões’, enumerando uma serie de exemplos populares. Sobre isso podemos dizer:
a) é tudo invenção do autor
b) realmente os “outros” dizem  essas coisas
c) é uma lista que pertence somente a um local especifico, por exemplo, São Paulo
d) o trecho “nossas opiniões” mostra que esta lista é uma invenção de um grupo fechado de pessoas
e) nra

03) No ultimo paragrafo, o que ele conclui?
a) Estamos equivocados quando pensamos nos outros
b) Devemos apontar as pessoas pelas suas características
c) Não devemos apontar as pessoas por suas qualidades
d) É preciso ter consciência de  nossos preconceitos para supera-los
e) nra

04) Nas palavras abaixo, preencha as lacunas com 1 (se houver existência de “ss”) ou 2 (se houver ali “c” ou “ç”). Depois marque a sequencia correta do preenchimento:
su___ssurro
flá___ido
su___e___o
a___umir
fo___a
ca___a___ão

a) 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 1 – 2  
b) 2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 1 - 2 – 1
c) 1 – 1 – 2 – 1 – 1 – 1 – 1 – 2
d) 2 – 2 – 2 – 1 – 1 – 1 – 1 – 2  
e) 1 – 2 – 2 – 1 – 2 – 1 – 1 – 2  

05) A alternativa em que nenhuma palavra tem acento gráfico é:
a) cadaver-modelo-todo-vezes
b) item-polens-rubrica-erro
c) garoa-armazens-polen-caju
d) governo-juri-juriti-cutis
e) toda-flui-orgão-fossil

06) Assinale a palavra que não se acentua da mesma forma que as demais:
a) crisantemo
b) especies.
c) precipicio
d) centenarias.
e) misterio.

07) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente escritas:
a) órfão, afável, cândido, caráter, Cristovão
b) chapéu, rainha, tatu, fossil, conteúdo
c) raiz, raízes, sai, pipóca, Cuiabá
d) carretéis, funis, índio, pastéis, atrás
e) buriti, ápto, âmbar, dificil, almoço