Primeiramente, quero que leiam as REGRAS DE TAREFA:
(http://cursopreparatorioparacefetmt.blogspot.com/2022/01/regras-de-tarefa-do-curso-para-novos.html) para realizarem-na de forma
correta e não deixar que sejam desclassificadas.
HISTÓRIA DE LADRÃO
Paulo
Mendes Campos
Morando sozinha e indo à cidade
em um dia de festa, uma senhora de Ipanema teve a sua bolsa roubada, com todas
as suas jóias dentro. No dia seguinte, desesperada de qualquer eficiência
policial, recebeu um telefonema:
- É a senhora de quem roubaram a
bolsa ontem?
- Sim.
- Aqui é o ladrão, minha senhora.
- Mas como o... o senhor
descobriu o meu número?
- Pela carteira de identidade e
pela lista.
- Ah, é verdade. E quanto quer
para devolver os meus objetos?
- Não quero nada, madame. O caso
é que sou um homem casado...
- Pelo fato de ser casado, não
precisa andar roubando. Onde estão as minhas jóias, seu sujeito ordinário?
- Vamos com calma, madame. Quero
dizer que só ontem, por um descuido meu, minha mulher descobriu quem eu sou
realmente. A senhora não imagina o meu drama.
- Escute uma coisa, eu não estou
para ouvir graçolas de um ladrão muito descarado...
- Não é graçola, madame. O caso é
que adoro minha mulher.
- E por que o senhor está me
contando isso? O que me interessa são as jóias e a carteira de identidade (dá
um trabalho danado tirar outra), e não tenho nada com a sua vida particular.
Quero o que é meu.
- Claro, madame, claro. Estou lhe
telefonando por isso. Imagine a senhora que minha mulher falou que me deixa
imediatamente se eu não me regenerar...
- Coitada! Ir numa conversa
dessas.
- Pois eu prometi nunca mais
roubar em minha vida.
- E ela bancou a pateta de
acreditar?
- Acho que não. Mas, o que eu
prometo, eu cumpro; sou um homem de palavra.
- Um ladrão de palavra, essa é
fina. As minhas jóias naturalmente o senhor já vendeu.
- Absolutamente, estão em meu
poder.
- E quanto quer por elas? Diga
logo.
- Não vendo, madame, quero
devolvê-las. Infelizmente, minha mulher disse que só acreditaria em minha
regeneração se eu lhe devolvesse as jóias. Depois ela vai bater um fio para
checar.
- Pois fique sabendo que eu estou
gostando muito de sua senhora. Pena uma pessoa de tanto caráter estar casada
com um... homem fora da lei.
- É também o que eu acho. Mas
gosto tanto dela que estou disposto a qualquer sacrifício.
- Meus parabéns. O senhor vai
trazer-me as jóias aqui?
- Isso nunca. A senhora podia
fazer uma suja.
- Uma o quê?
- A senhora, com o perdão da
palavra, podia chamar a polícia.
- Prometo que não chamo, não por
sua causa, por causa de sua senhora.
- Vai me desculpar madame, mas
nessa eu não vou.
- Também sou uma mulher de
palavra.
- O caso madame, é que nós, os
desonestos, não acreditamos na palavra dos honestos.
- Tá. Mas como o senhor pretende
fazer então?
- Estou bolando um jeito de lhe
mandar as jóias sem perigo para mim e sem que outro ladrão possa roubá-las. A
senhora não tem uma idéia?
- O senhor entende mais disso do
que eu.
- É verdade. Tenho um plano: eu
lhe mando umas flores com as jóias dentro dum pequeno embrulho.
- Não seria melhor eu encontrá-lo
numa esquina?
- Negativo! Tenho meu pudor,
madame.
- Mas não há perigo de mandar
algo de tanto valor para uma casa de flores?
- Não. Vou seguir o entregador a
uma certa distância.
- Então, vou ficar esperando. Não
se esqueça da carteira.
- Dentro de vinte minutos está
tudo aí.
- Sendo assim, muito agradecida e
lembranças para sua senhora.
Dentro do prazo marcado, um
menino confirmava, que em certas ocasiões, até os ladrões mandam flores e
jóias.
01) Do
que trata esse texto?
a) Das ações de bons ladrões.
b) Do perigo de pessoas idosas saírem sozinhas às
ruas.
c) É um alerta para que pessoas não saiam com
objetos de muito valor.
d) Da transformação das pessoas por meio do amor.
e) nra
02)
Indignada com a descoberta do seu número telefônico pelo ladrão, a senhora
pergunta-lhe como o conseguiu e obtém como resposta: Pela carteira de
identidade e pela lista. A julgar pela data de edição do livro (2005), podemos
afirmar que a “lista”, a que o ladrão se refere, é a LISTA TELEFÔNICA, um
suporte textual muito utilizado na época. Abaixo temos cinco falas com termos
(em destaque) que entregam a “velhice” do texto, com exceção da alternativa...
a) - Não quero nada, madame. O
caso é que sou um homem casado...
b) - Onde estão as minhas jóias, seu sujeito
ordinário?
c) - Escute uma coisa, eu não estou para ouvir
graçolas de um ladrão muito d) descarado...
d) - E ela bancou a pateta de
acreditar?
e) - A senhora, com o perdão da palavra,
podia chamar a polícia.
03)
Quando ladrão telefonou para vítima, imediatamente ela levantou uma hipótese.
Sobre isso é correto afirmar que:
a) A hipótese levantada pela vítima era de que ele
queria uma quantia em dinheiro para devolver as joias;
b) A hipótese revelou-se verdadeira no tocante à
devolução das joias mediante pagamento;
c) O ladrão queria simplesmente devolver-lhe as
joias, mas exigia algo em troca;
d) Houve um certo pré conceito velado por parte da
vítima em relação ao ladrão, sem embasamento;
e) nra
04) Sobre
o texto é incorreto afirmar que:
a) O ladrão dirige-se a mulher empregando o termo
“madame”;
b) A forma de tratamento “madame” implica situar a
mulher uma classe social privilegiada;
c) Na “- Mas como o... o senhor descobriu o meu
número?” as reticências indicam que a mulher hesitou na maneira como tratar e o
Ladrão;
d) O diálogo em sua maior parte é escrito de forma
cerimoniosa;
e) nra
05)
Observe o trecho abaixo do texto:
“Imagine a senhora que minha mulher falou que me deixa imediatamente se
eu não me regenerar...”
Neste
período:
a) O trecho “se eu não me regenerar...” revela uma
condição;
b) O trecho “me deixa imediatamente...” revela uma
certeza;
c) O período não está no sentido figurado e sim
indireto;
d) A condição colocada pela esposa do ladrão revela
uma sustentação a situação da vítima;
e) Fica claro que a vítima conhecia anteriormente a
mulher do ladrão.
06) Num
possível resumo, o texto trata de:
a) amizade
b) compreensão
c) redenção
d) diferenças
e) ilusões